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As 9 Attitudes do Mindfulness

Já falámos em artigos anteriores o quanto a atitude é importante (combinada com a atenção e intenção) na prática de mindfulness. Habitualmente simplificamos a abordagem nomeando a curiosidade, a amabilidade e o não julgamento como as atitudes fundamentais nesta observação atenta de nós mesmos e do que nos rodeia.

No entanto, pela importância que tem, a questão da atitude deve ser mais aprofundadamente explorada e para isso podemos usar as 9 atitudes de Mindfulness descritas por John-Kabat Zinn. Estas atitudes não devem ser encaradas de forma isolada, mas interconectadas na sua leitura e interpretação.

Antes de as descrevermos, queria salientar a importância que estas atitudes têm para mim. Durante algum tempo, acreditava que para cultivar e treinar a minha atenção, presença e bem-estar, o essencial era sentar-me durante vários minutos por dia a meditar. Essa disciplina diária e esse tempo de silêncio continuam a ser fundamentais para mim (e acredito fundamentais para que toda a prática integrada esteja presente no dia a dia), mas tomei rapidamente consciência que a verdadeira prática não está na almofada de meditação, no tapete de ioga ou nos dias de retiro. A verdadeira prática (e desafio) é como lido com a minha rotina diária por mais stressante que seja, como vivo a relação com os outros e comigo mesma e para isso, estas atitudes são um excelente guia. Na verdade, constituem, como diz John Kabat Zinn, pilares fundamentais para a integração e enraizamento da prática de Mindfulness – o verdadeiro “caminhar o que falo”.

Não julgamento

À medida que praticamos Mindfulness, tornamo-nos mais conscientes dos nossos hábitos mentais, bem como das nossas emoções e sensações físicas. Normalmente, interpretamos essas experiências como boas (e queremos mantê-las), más (e tentamos rejeitá-las) ou neutras. O não julgamento em relação ao que nos acontece é uma atitude fundamental para sermos capazes de abrir espaço e criar aceitação para tudo o que vivemos. É importante referir que o não julgamento se deve aplicar também ao que observamos ao nosso redor. Não significa que tenhamos a mesma opinião ou que concordemos com tudo. A prática do não-julgamento ajuda-nos, no entanto, a observar o outro (e o mundo) com maior abertura para diferentes características, opiniões, sem crenças que possam ser limitadoras à construção de relações mais empáticas, construtivas e colaborativas.

Paciência

Precisamos ser pacientes connosco. Vivemos a maior parte do nosso tempo no piloto automático e a criação de novos hábitos e caminhos no cérebro leva tempo. É um processo contínuo que exige intenção, disciplina, repetição … e paciência. É importante lembrar que a nossa mente começa a divagar naturalmente e que o facto de percebermos isso e trazermos a nossa atenção novamente para o momento presente, já é uma prática.

Mente de principiante

A ‘Mente de principiante’ é uma mentalidade que nos ajuda a ver e experimentar tudo como se fosse a primeira vez. Imagine a maneira como uma criança olha para o mundo ou mesmo a nossa experiência enquanto adultos quando visitamos um novo lugar ou provamos uma nova comida. Desenvolver essa mentalidade para tudo o que fazemos (como costumo dizer, até a lavar a loiça), ajuda-nos a sair do piloto automático e a prestar atenção às experiências com maior intensidade e maior presença.

Confiança

Não existem atalhos para uma vida mais mindful. Se quisermos sentir alguns benefícios, precisamos confiar no próprio processo (e na pesquisa científica disponível que demonstra o seu impacto e os seus benefícios). Adicionalmente, a prática de mindfulness traz-nos também um maior conhecimento – e consequentemente uma maior confiança – em relação à nossa sabedoria interior e intuição.

Não esforço

No dia a dia sentimos frequentemente que “devíamos” fazer ou ser algo, exigindo muitas vezes um esforço mental e emocional para tentar alterar e controlar o que na realidade muitas vezes não controlamos. O “não-esforço” é saber permitir e aceitar que o momento presente seja do jeito que é. Permitir que as coisas fiquem na consciência sem a necessidade de fazer nada ou consertar, chegar a algum lugar ou atingir determinado estado (de relaxamento por exemplo). Sentir que tudo o que já está aqui já é o suficiente. Não é fácil de praticar, mas é pode constituir um processo profundo de cuidado, cura e restauração.

Aceitação

Aceitação não é resignação ou ser passivo. É o reconhecimento de que as coisas são como são (e não como às vezes queremos que sejam). Esta é uma mudança fundamental para acolher a dificuldade, mudar a nossa relação com as coisas da vida que nos causam sofrimento ou dor. Com aceitação, criamos a possibilidade de aplicar sabedoria a essa situação, mudando a maneira como reagimos a ela.

Deixar ir

Às vezes, ficamos muito apegados a certos pensamentos, a certas emoções e até a certas expectativas. “Deixar ir” é uma mentalidade que nos permite a possibilidade de não nos envolvermos demasiado nem nos apegarmos ao que queremos e nos agrada, mas também a pararmos de ruminar em situações e pensamentos negativos. Observar as experiências sem julgamento ajuda-nos a deixá-las ser e, ao fazê-lo, a deixá-las ir.

Gratidão

Com a prática de mindfulness, tornamo-nos mais conscientes de todas as experiências. Isso permite-nos perceber e sentir coisas que não reconhecemos tanto no piloto automático. Quando trazemos um sentimento de gratidão pelo momento presente e pelas coisas que temos (como poder andar, ouvir, ver …), a experiência muda.

Generosidade

A generosidade facilita a interconexão e o serviço aos outros, ajudando-os com o que mais precisam. Estudos demonstraram que isso tem uma forte associação com a saúde psicológica e o bem-estar. Mindfulness é estarmos atentos a nós, mas também aos outros, cultivando relacionamentos mais empáticos e compassivos.

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