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Não tens de ser bom.
Não tens de caminhar centenas de quilómetros de joelhos, pelo deserto, arrependido.
Apenas tens de deixar que o animal suave do teu corpo ame aquilo que ama.
Fala-me de desespero, o teu, e contar-te-ei do meu.
Entretanto, o mundo segue em frente.
O sol e os seixos límpidos da chuva atravessam as paisagens, as pradarias e as árvores profundas, as montanhas e os rios.
Entretanto, os gansos selvagens, altos no limpo ar azul, regressam de novo a casa.
Quem quer que sejas e onde estejas, pouco importa quão solitário, o mundo oferece-se à tua imaginação, chama-te como os gansos selvagens, com rigor e entusiasmo, de novo e de novo, a anunciarem o teu lugar na família das coisas.