Um marajá mandou reunir todos os cegos de uma cidade e ordenou que pusessem à sua frente um elefante e que contassem, apalpando o animal, o que achavam.
Após tocar a cabeça, uns disseram: “parece uma engrenagem de uma alavanca””.
Os que sentiram a orelha, asseguraram: “Parece um abano para fazer vento”.
Os que tocaram nas presas: “É como uma vara de arado”.
Os que apalparam o corpo: “É um celeiro”.
E assim, como cada um estava convencido daquilo que declarava, começaram a discutir entre si, insultaram-se e acabaram por lutar, cada um asseverando que tinha razão.
– Ramiro Calle (Os melhores contos espirituais do Oriente)